segunda-feira, 8 de novembro de 2010

C'um catano!


Machete. Estoril Film Festival. Meia-noite e meia. Há muito tempo que não conseguia ver um filme a estas horas obscenas. Cheguei a passar pelas brasas (heresia!) no último filme do Tarantino, que vimos numa longínqua sessão da meia-noite.
Com este Machete do Robert Rodriguez, fiquei de olho arregalado. É um gozo de tão tosco, a começar pelo protagonista (Danny Trejo), um federale mexicano justiceiro, armado de navalhas e catanas, com olhos sapudos, rosto tisnado e cheio de sulcos que pareciam cortados à faca. O filme tem violência a dar com um pau, mulheres desnudas e avantajadas, um chorrilho de vinganças fumegantes, muita catanada, carros quitados, mexicanos em fúria, armamento e até uma cena gore onde o Machete salta de uma janela agarrado a 18 metros de entranhas. A história é o menos. Mete o dedinho nalgumas feridas. O diálogo é curto e grosso. O que interessa mesmo é ver os braços velhos e musculados do Machete em fúria, é ver a deliciosa personagem do padre armado até aos dentes, benza-o Deus, o “puñeta” do Steven Seagal e o seu harakiri e, no final, o Machete a levar a sua miúda (Jessica Alba) vestida de couro no coiro da mota. Em suma, um grande filme de gajo, onde as gajas também se riem.

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