Os flocos de neve. Foi isto que me deliciou no deslumbrante peplum "The Fall of the Roman Empire" (1964), de Anthony Mann. Depois foi aquela corrida de cavalos que furava a floresta e que opunha Lívio e Cómodo (um irreconhecível, de tão novo, Christopher Plummer).
Sophia Loren ia passando no ecrã, imperial. Fez uma boa performance como filha abnegada de um Marco Aurélio moribundo e mulher apaixonada : sempre que o par amoroso Lucila/Lívio surgia, apetecia cantar: "Rome, Rome will tear us apart again..."
E depois das cenas magistralmente filmadas nas geladas florestas bárbaras da última fronteira do Império Romano, fez-se luz quando nos vimos numa Roma de mármores, togas e estátuas gigantescas. Deslumbrante, o mergulho de Cómodo na piscina azulíssima do seu Sanum Per Aqua. Indescritível, a beleza do cenário do Forum e a visão de Cómodo, já imperador, sentado sob a luzidia loba romana (mas sem Rómulo e Remo agarrados às tetas).
E ao longo dos 153 minutos que durou este filme, o senhor que se sentou ao meu lado dormiu profundamente. Nem as cenas de batalha entre romanos e bárbaros, bem servidas de gritos e espadeiradas, o acordavam. Um sono de justo.