domingo, 23 de janeiro de 2011
domingo, 16 de janeiro de 2011
sábado, 15 de janeiro de 2011
Dê lá por onde der

A história é feliz, mesmo quando parece descambar em tristezas, cheia de personagens cómicas e um pouco bizarras, como Marietta, a mulher sulista, encornada e com escrúpulos, que depois de morder a Big Apple se transforma numa sofisticada artista da fotografia e da alcova. O argumento é um pouco inverosímil (às vezes, como a própria vida), mas isso é um trunfo. É com gosto que nos deixamos enredar naquela trama de conto de fadas moderno, onde todos conseguem encontrar o seu lugar, dê lá por onde der.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
José & Pilar, Pilar, Pilar...

O documentário de Miguel Gonçalves Mendes entra na casa e na vida do casal José Saramago e Pilar del Río. A câmara segue Saramago, que incuba e escreve a história do elefante quinhentista que suportou uma viagem de Lisboa a Viena, e segue a mulher, que gere, incansável, a agenda a estoirar pelas costuras do marido-nobel.
O filme flui de forma natural, sem grandes artifícios. Somos levados num torvelinho de viagens e de eventos onde invariavelmente Saramago é posto a uma secretária a assinar livros. Pasmamos perante aquele octogenário que alinhava em tantas viagens e que aturava, com um sorriso benévolo, tanta imbecilidade e falta de senso.
Mas Pilar explica, na sua voz acelerada de espanhola, cheia de vida, que parar é morrer. E era Pilar quem preenchia o ecrã e que lhe dava vida, era ela quem levava Saramago, quem não o deixava parar, nem morrer. Saramago parecia estar numa resignação feliz dentro daquele circo mediático. Impressiona o seu rosto de velho, com uma qualidade de réptil venerando (penso em tartarugas), que se enternece com a mulher que ama. Diz frases enxutas e eficazes que saem de um "caldo requentado" que se serve aos jornalistas, mas as mais belas serão sempre para Pilar.
"Encontramo-nos noutro sítio..."
sábado, 8 de janeiro de 2011
Sacrebleu!

O título poético do documentário predispunha-nos para um mergulho beatífico nas profundezas do mar silencioso e não ficamos defraudados: o mergulho é hipnótico e azul. Mas sucedem-se alguns episódios bizarros, impensáveis, incríveis, que nos deixaram de boca aberta.
Veja-se a cena da morte de uma baleiazinha, acidentalmente trucidada pelo Calypso. Como se não bastasse, assim que viram tubarões a rondarem o petisco, a tripulação de garridos cuecões de mergulho acorre numa fúria assassina contra os pobres predadores, deixando o ecrã a escorrer sangue. Outra cena memorável é quando os exploradores, na ânsia de descobrirem novas espécies de peixes, largam dinamite num lago (uma prática bem portuguesa). Bum! e é vê-los a recolherem os peixes traumatizados e a enfiarem-nos em frascos com formol ou lá o que era. Há aquele momento arrepiante em que os mergulhadores martelam corais, furiosamente, e há uma cena em que chegam a ludibriar um volumoso mero que se afeiçoou a eles e que não os largava nem por nada...graças à legendagem, houve um bónus de riso, quando o mero surgia com o mimoso nome de "Jojó".
Jacques-Yves Cousteau e o seu barrete vermelho fazem parte da minha infância. Foi uma figura de relevo da oceanografia, ajudou a divulgar os oceanos e as suas maravilhas, mas, neste filme, Costeau e a sua tripulação mais parecem uma trupe de sádicos malfeitores.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Marginal
Atravessando a Marginal, a 60km por hora, começa a tocar no rádio a valsa do "Padrinho". Mesmo a calhar, naquele horizonte de nuvens cinzentas, com as ondas amarelas em tropel. Na curva do Mónaco, extingue-se a valsa.
Uma trilogia ainda por ver de enfiada.
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