segunda-feira, 13 de julho de 2009

Brüno: de boca bem aberta

Eu gosto do Sacha Baron Cohen. Admiro a comédia física que faz, iconoclasta, embora indigesta. A última criatura que encarnou foi o inefável Brüno: homossexual austríaco, repórter de moda, exibicionista, tirânico e comovente, cujo objectivo de vida é ser famoso. O tipo tem graça, com todos os tiques e jeitos de boca que faz. As cenas, encenadas ou não, não nos deixam indiferentes de tão rasteiras, palermas e assustadoras. É que o Brüno ao lado das pessoas que vai encontrando nos Estados Unidos e noutros sítios é até uma "pomba da paz", literalmente. O que o Sacha Baron Cohen faz, para mim, não é tanto ridicularizar os homossexuais (concedo: talvez aqueles que se prestam ao ridículo), mas apontar as homofobias e as intolerâncias que persistem por aí. Se o sexo homossexual é risível, o sexo heterossexual também o é. E de que maneira. Se o "orgulho gay" é risível, o "orgulho heterossexual" ainda pode ser pior e a cena final no ringue machão é mesmo de antologia. "Brüno" atira-nos muita porcaria à cara, mas nós é que somos gozados, por termos pago para ver.

2 comentários:

  1. Não percebi se gostaste ou não do filme. Esclarece-me please!

    ResponderEliminar
  2. É mau. Muito mau. Mas admiro o desplante e a coragem física do Sacha Baron Cohen. Beijo!

    ResponderEliminar