segunda-feira, 4 de maio de 2009

Onde as formigas verdes e eu sonhámos


O único filme que fui ver ao Indie Lisboa não constava da minha lista: "Where the green ants dream" (1984), de Werner Herzog, um confronto a roçar o surreal entre o homem branco e os aborígenes: uns queriam rebentar as entranhas daquela terra árida para expandirem o negócio mineiro, outros queriam preservar o lugar onde as formigas verdes sonhavam a origem do mundo. Se alguém perturbasse o sono das formigas, o mundo e os homens nele acabariam.
E lá vinham os homens civilizados a tentar comprar, civilizadamente, os aborígenes, que foram levados a tribunal, onde ninguém se entendia por serem de mundos diferentes. E na barra aparecia um aborígene a prestar testemunho numa Língua de que era o único falante. Ninguém o entendeu. Nem eu, que nesta parte do filme já me perdia no sono, a cabecear ("Et tu, Brutus?"), não por culpa do Herzog (bom, talvez um pouco), mas por ter calcorreado a Avenida da Liberdade de cravo vermelho enfiado numa bandeira amarela (teimosamente não hasteada).
Das partes que vi de olhos bem abertos, o que retive com mais prazer foram as paisagens do deserto, os montes de areia branca e os rostos rugosos dos aborígenes.

3 comentários:

  1. Eu adorei o conceito de "Mudo, igual a homem que já ninguem entende".

    Gostei muito :D

    E para a próxima, atiro-te aos da cgtp se não hasteares a bandeira!

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  2. o filme mais imbecil da história da humanidade...

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